sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ensino Médio ou Mediano?

Agora pela manhã, assistindo o jornal, acabei refletindo mais uma vez sobre a distorção imensa que atinge o Ensino Médio no meu país, atualmente. Cada vez mais esses três anos de estudos são considerados como uma obrigação visando o vestibular, quando não um empecilho!

Uma etapa tão importante da vida, onde deveria ser formado um cidadão com plenos conhecimentos sobre o funcionamento básico do mundo, da ciência e da sociedade está sendo tomado como uma obrigação monótona, quase torturante. É uma distorção de valores onde não são os estudantes os culpados. Pais, educadores e, principalmente, a falta de atualização do sistema educacional são os grandes culpados nessa questão.

Os pais não sabem o verdadeiro sentido do Ensino Médio. Professores, afogados por rotinas de trabalho pesadas, cansativas, terminam por entregar-se ao modo "mecânico" de conduzir suas classes. Um sistema perdido em seus valores, método, visão, propiciam um espetáculo de horror educacional, conduzindo com maestria essa barbarie intelectual.

O Ensino Médio não é um decoreba para o vestibular. Não existe nenhum "mas ninguém usa o que aprende na escola". Será então que a sociedade visa tornar seus membros cada vez mais mecanizados, robóticos intelectuais que conhecem (de modo parcial) apenas aquilo que se refere ao seu trabalho e nada mais além disso? É um equívoco para um programador saber o nome dos continentes, ou a quantidade de planetas do Sistema Solar? Via-láctea deveria ser um nome de conhecimento apenas de astrônomos das mais renomadas universidades e desconhecido do resto do mundo?

Isso é uma distorção. A escola deveria formar uma mentalidade aberta e provida de todos os conhecimentos básicos que qualquer PESSOA deveria ter, não apenas um VESTIBULANDO.

Sinto que, essa falta de valores se reflete com perfeição no tipo de cidadãos que estão integrando seu meio cometendo cada vez mais atos imbecis em todos os níveis. Não é só falta de caráter, é falta de esclarecimento, falta de tolerância, falta de capacidade.

Muita coisa precisa ser repensada e reconstruída para que esta realidade possa mudar para daqui a algumas décadas. Tapar a realidade e tentar mecanizar ainda mais o ensino são as medida favoritas de um estilo de governo paliativo, infelizmente o mais comum no nosso país.

Mas ainda há esperança, sempre há. Basta colocar a mão na consciência e mudar isso a partir de casa.