tag:blogger.com,1999:blog-29196022108047107372024-02-20T21:53:57.454-08:00Creative 1000%Blog de Lilian K. Mazaki - Escritora e RoteiristaLKMazakihttp://www.blogger.com/profile/05659772104815107572noreply@blogger.comBlogger82125tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-29197788518310933162018-03-19T17:14:00.003-07:002018-05-03T15:57:54.954-07:00Novo site<h2 style="text-align: center;">
Acesse o novo site e se mantenha atualizado</h2>
<h2 style="text-align: center;">
<a href="http://lkmazaki.com/"><span style="font-size: x-large;">http://lkmazaki.com</span></a></h2>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-46241513773965792222018-01-05T13:55:00.001-08:002018-01-05T13:55:45.336-08:00Ano novo, Site novoA virada de ano sempre nos trás pensamentos de reflexão. Estando nessa caminho misterioso chamado "literatura independente" sempre paro e me questiono sobre os rumos da dita carreira: o que fiz que acrescentou, o que deixei de fazer e, o mais importante, o que posso fazer com mais um ano pela frente.<br />
<br />
Ainda que o blogger seja uma ferramenta bastante simples, um domínio próprio e site próprio sempre terão um ar mais profissional. Claro que no fim das contas todas o que realmente faz a diferença é o material que você produziu, é o texto terminado, mas uma apresentação séria, dedicada e serena pode render uns pontos à mais no jogo das oportunidades.<br />
<br />
Então, sim, estou cá construindo um site novo para ser meu meio de comunicação e divulgação. Casou de contratar um servidor ser também útil para a divulgação de um podcast do qual faço parte, então vamos matar duas questões de uma só vez.<br />
<br />
O plano é que o novo espaço esteja pronto até o final fevereiro. Acho que vai ser bem bacana dar esse upgrade então. . . Esperem que vai ser bom!LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-11348401415611351902017-12-05T13:10:00.001-08:002017-12-05T13:10:55.604-08:00The Superbit {...} Reborn?O tempo é uma das mais convincentes convenções humanas que encontramos por aí. Sempre achamos que estamos indo para "frente" no tempo, quando na verdade não existe realmente uma relação espacial entre o que já aconteceu e o que ainda vai acontecer. Tudo está no aqui e agora. Se hoje já faz mais de dez anos desde que algo aconteceu isso não significa que está "longe". Não existe distância quando falamos do tempo.<br />
<br />
Estou falando de tudo isso para chegar ao ponto de que, por mais que o tempo nos "afaste" de algumas coisas ainda somos na verdade tão capazes de alcançar aquilo quanto éramos no momento seguinte ao primeiro acontecimento. Certo, não é possível reverter fatos encadeados, ou fazer voltar a juventude de outrora. Porém sempre é possível dar mais um passo em uma daquelas inúmeras estradas intelectuais abertas há tantos anos.<br />
<br />
The Superbit {...} foi um nome estranho que utilizei para um blog sobre programação. O projeto teve curta duração e, tantos anos depois, parece quase estranho uma estudante de Letras para Tradução ter feito aquilo. Porém a questão é que, mesmo não programando profissionalmente há cinco anos isso não faz de mim menos programadora. Programar é algo que está na raiz do indivíduo, como a criatividade e o impulso artístico.<br />
<br />
Programar é arte, The Superbit {...} é um nome bom pra caramba e estou fazendo uma coleção de pseudônimos e linhas de trabalho literário já incontáveis. O que tudo isso significa? Que sempre é momento para continuar o que parece ter ficado tão distante, no tal do tempo que na verdade não tem nada haver com proximidade ou longitude de qualquer coisa.LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-35286060787412536512017-11-07T13:16:00.001-08:002017-11-07T13:16:30.452-08:00Mundo Cyberpunk<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">O Cyberpunk não morreu, ele virou nosso café da manhã todos
os dias quando abrimos os jornais virtuais.</span></div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">O mundo vai ser destruído pela histeria. Vivemos na Era da
Histeria, sucessora maléfica da Era da Informação. Neste momento utilizamos
todos os meios de alta-tecnologia desenvolvidos até então para gerar ondas de
ódio e reações descomunais pela menor das coisas. Não existe mais uma
satisfação do Eu que não seja o Eu Virtual. Todos são avatares de si mesmos,
alguns com o próprio nome e foto, outros com imagens de quaisquer naturezas e
nomes de qualquer origem que lhe agrade mais do que o da sem graça realidade.</span></div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">O conceito de realidade e de vida se tornou obsoleto.
Realidade é uma mensagem de internet, vida é o tempo que você desprende consumindo
a avalanche interminável de conteúdo supérfluo que te deixa feliz e anestesiado
das ondas de histeria. Para sobreviver é preciso enlouquecer e matar por
qualquer coisa estúpida como opinião.</span></div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">A maioria das pessoas vive conectada. Seus rostos estão
vazios enquanto elas olham para o buraco infinito na palma da mão. A Internet.
São capazes mesmo de esquecer do que acontece ao redor, das pessoas ao redor, e
muitas vezes o fazem propositalmente para anular qualquer sentimento que a realidade
imediata possa lhes trazer. Esquecer-se é o mais importante. Esquecer-se de
quem é, de onde vive, das suas falhas, dos seus sucessos. Esqueça de tudo, viva
quatrocentas e cinco vidas diferentes nestes nossos quatrocentos e cinco
sites/jogos/mmos/redes distintos! Seja o que você jamais poderia ser, de graça!
Claro que para os assinantes premium tudo isso será liberado, sem propagandas!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Os dias passam, os meses passam, os anos passam. Por mais
que sejamos obcecados pelo buraco infinito da Internet nossos cérebros e corpos
foram feitos para um mundo de carne e osso. Não percebemos o tempo no digital.
Ontem parece hoje, dez anos traz é mais longínquo do que a Primeira Guerra
Mundial. Criamos novas possibilidades de guerras porque estamos entediados,
porque nosso ego fraco é massageado todas as vezes que alguém curte uma
postagem nossa.</span></div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Desplugar parece impossível, inviável. Ninguém pode viver
sem informação. Como o dia de alguém poderia estar completo se essa pessoa não
ver a última da última selfie publicada por aquela idol lindinha na rede?
Essencial. Ler todas as traduções oficiais e piratas dos conteúdos especializados
que tanto se cultua. Imprescindível. Ver o mais novo ataque de ódio ao estilo
medieval vindo de pessoas que nunca ouviram falar da palavra empatia. Sim, sem
isso não daria para viver. </span></div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Ninguém propaga o amor, só o ódio. O ódio contamina, se
espalha e nos devora antes que sejamos capazes de enxergar o que estamos
fazendo. Nos tornamos zumbis da rede e zumbis do ódio. Odiamos o filme novo da
DC, odiamos quem odeia o filme novo da DC. Odiamos os odiadores que odeiam
pessoas que só não queriam ser odiadas por serem que são. . . Há regras para
todos os lados. Seja isso, seja aquilo, não seja um devorador de criancinhas. .
. Penso que cabeça terão as tais criancinhas, crescendo nesse mundo de gente
que tem mais medo de gente do que gente tinha medo de pecado na tal Idade
Média.</span></div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0px 0px 11px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Talvez pareça impossível se desplugar, mas falando por experiência
digo que é a melhor coisa. Talvez seja impossível mesmo escapar desse mundo
cyberpunk que nos vem à mesa todos os dias, mas alguém tem que ser da
Resistência e, para isso, basta vencer o medo do silêncio absoluto de estar
sozinho num mundo onde até pensamentos já nascem em bytes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span></div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-25794336574620716932017-11-03T14:32:00.000-07:002017-11-03T14:41:31.928-07:00[Conto] A Primeira nota<div style="text-align: justify;">
Link para leitura no Wattpad: (em breve)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv5GMOcVzuxvmMtEzLGX0y_7rt3coPflHkPLHDJz32zGcV8v8JOBia3bEYYUw4fMcA1F-teZv2Ls6GtUtp-i99dBEy0nnFXH5QwWTH1lNHyg_bbPq797OvWud4-eMwfrnLDJN_WOTJ4iAk/s1600/A+Primeira+nota.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="512" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv5GMOcVzuxvmMtEzLGX0y_7rt3coPflHkPLHDJz32zGcV8v8JOBia3bEYYUw4fMcA1F-teZv2Ls6GtUtp-i99dBEy0nnFXH5QwWTH1lNHyg_bbPq797OvWud4-eMwfrnLDJN_WOTJ4iAk/s400/A+Primeira+nota.png" width="255" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O tempo passara sem que ela tivesse notado. Os sonhos tinham se tornado apenas vontades não realizadas e as esperanças foram sufocadas pela rotina e as obrigações que ela nem sabia mais se eram realmente necessárias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Estava com trinta e cinco, morando em um apartamento pequeno dividido apenas com seu gato, Nícolas. Assistia TV a cabo nos fins de semana, mas muitas vezes terminava por ver filmes repetidos por não estar prestando atenção o bastante no que via até a cena final. Visitava a casa dos pais uma vez por mês e sempre ignorava as perguntas sobre casamento ou filhos. Se nem a si mesma tinha tido sucesso em conhecer, como poderia pensar em conhecer outra pessoa ou criar uma nova vida? Nícolas era possessivo demais para deixar-lhe ter esse tipo de liberdade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O choque de realidade lhe ocorreu em uma manhã de sábado, ao acordar bruscamente de um pesadelo qualquer. Seu coração disparava e o silêncio do seu quarto, iluminado pela luz que atravessava a persiana foram as únicas testemunhas daquele instante de revelação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Quem ela era? O que ela deveria ser?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Tinha certeza de que em algum lugar de um passado já muito distante ela tivera sonhos, vontades e anseios para o futuro. Se soubesse naquela época que terminaria daquela maneira medíocre talvez não tivesse sido tão doloroso. Havia sido doloroso? Já nem lembrava mais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Talvez tivesse algo haver com arte. Adolescentes sempre colocam na cabeça que podem ser grandes artistas e que isso irá mudar não só suas vidas como todo o Universo. Tolices que só nos damos a chance de pensar quando ainda não temos que pagar nossas próprias contas ou temos que enfrentar um rotina de escritórios abafados e com pessoas cheias de rancor afim de destruir uns aos outros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Talvez tivesse algo haver com arte. Mas que arte? Não lembrava de desenhar alguma vez fora das aulas do Fundamental. Teatro? Logo alguém sem qualquer vontade de se expressar? Música. . . Sim, poderia ter haver com música. Affe, qual era o sentido de se debater com o que havia ficado para trás?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Sentou na cama e ligou a televisão. Passou vários canais e seus dedos distraídos congelaram quando passou por um dos canais de filme de sempre. Não fora a imagem a responsável por seu estupor, mas a melodia dramática que acompanhava a cena.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O som límpido do clarinete soava em destaque e aquilo levou lágrimas ao seu rosto antes que fosse capaz de perceber. Havia embarcado em uma máquina do tempo antes que fosse capaz de deter-se.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">A apresentação da banda da escola na entrada do Médio. Havia uma moça de óculos redondos, cabelos crespos presos em tranças grossas. Ela tocava o clarinete e era tão lindo. . . Tinha tentando encontrar aquela outra aluna por todos os três anos, mas só havia tido sucesso uma vez que vira a tal aos beijos com um rapaz corpulento, talvez do segundo ano.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Não valia a pena insistir. Nem no clarinete, nem na tocadora de clarinete. Aquele fora o fim do seu curto sonho de ser algo além de uma pessoa qualquer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Lembrava de ter pensado em entrar para aulas quando estava na faculdade. Mas o medo de falhar, de não ser boa o bastante, de ser criticada pelos pais, pelos amigos. . . Aquilo era demais. Além do mais uma mulher de dezoito anos já era velha demais para começar algo daquele estilo. Não tinha nascido com o dom. Se tivesse com certeza teria sido descoberto, por algum milagre, já que nunca havia sequer segurado um instrumento de sopro nas mãos durante a vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Aquilo já fazia tanto tempo, pensou ao retornar à realidade. Era tão pequeno e estúpido e ainda assim havia sido sua única esperança. Esperança que havia sido varrida completamente junto com a necessidade de largar Jornalismo para trabalhar em período integral.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Naquela tarde não ficou em casa vendo reprise de As Branquelas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Foi para o centro da cidade e caminhou sem muita intenção. Seus pés sabiam onde queriam ir e assim ela se viu diante de uma loja de eletrônicos de instrumentos. Havia um clarinete na vitrine.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Tinha algum limite disponível no cartão, o suficiente para comprar o instrumento. Mas para quê? Começar a tocar clarinete com trinta e cinco anos? Perturbar os vizinhos de cima e do lado com notas desafinadas e receber uma advertência do síndico? Provavelmente Nícolas iria ficar irritado com o som, afinal tinha um gosto muito mais refinado do que ela.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Idiotice. Era impossível. Tirou-se dali e seguiu sem um rumo. Não iria se deixar levar por um par de pés que não sabia os limites do razoável.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Comeu numa cafeteria elegante e então passou por duas livrarias de rede que nem lembrava existirem. Folheou algumas coisas sobre música, sem qualquer motivo, e retomou a caminhada. Sentia-se uma estranha na sua própria cidade. Não parecia reconhecer nenhum lugar e todas as esquinas continham surpresas. Quando menos percebeu estava na frente do prédio que abrigava a escola de música da orquestra municipal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Estavam com inscrições abertas. O valor era bem abaixo do mercado (sem intenção havia reparado nos cartazes de outras escolas). A secretaria estaria funcionando ainda por meia hora. Apenas meia hora para resistir à tentação de tomar uma atitude estúpida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Não tinha motivos para tentar. Não tinha qualquer esperança de que aquilo fosse dar em alguma coisa. Por que não se virava e ia embora? Sim, ia fazer isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">E fez. Virou de costas e começou a se afastar. Porém as portas da escola se abriram e as vozes entusiasmadas lhe chamaram a atenção. Ela se virou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Um grupo de cinco jovens falava animado, acompanhando uma mulher mais velha. Levavam cases nas mãos e a mulher parecia comentar suas impressões sobre as performances da aula recém-terminada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Óculos redondos. Cabelos crespos curtos ao redor da cabeça. Era como um delírio muito real. Uma miragem legítima. Ainda que fosse apenas uma mentira, era tudo o que precisava para mudar a direção de seus passos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Quinze minutos deveriam ser suficientes para realizar uma matrícula.</span><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-86157575057654787352017-10-27T04:23:00.002-07:002017-10-27T04:23:21.406-07:00[Conto] Um motivo qualquer<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-fbac3aff-5d8a-439e-e69f-033c09e3a1ba" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: left;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Link para leitura no Wattpad: </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> <a href="https://www.wattpad.com/487198748-um-motivo-qualquer">https://www.wattpad.com/487198748-um-motivo-qualquer</a></span><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-fbac3aff-5d8a-439e-e69f-033c09e3a1ba" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-fbac3aff-5d8a-439e-e69f-033c09e3a1ba" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">y 400 h 2 w z 56 2 112</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Eu canto porque o instante existe"</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">o 20 o - 556 h e d f 123 az</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"E minha vida está completa."</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">h 11 G J B 5 5 67sE e a !H</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Não sou alegre, nem sou triste"</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">P m 4 h 56764 gFy2 a 4 00 0 1 22</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Sou poeta."</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Agnus piscou uma, duas, quatro e seis vezes antes de enfim reconhecer o estranho padrão infiltrado em meio a comunicação. Fazia tanto tempo, mas tanto tempo que ele não via algo daquele tipo que, num primeiro momento, lhe soou como algo aleatório, solto. Um ruído de fundo na informação que realmente lhe era importante. Afastou-se do deck para observar melhor aqueles caracteres:</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Algum problema aí? " Perguntou Valkyria, sentada em uma poltrona logo ao seu lado. "Parece ter visto um fantasma na rede, Ag."</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O homem voltou seus olhos para a piloto. Sua mente só então começou a absorver os sons ao redor. A música agitada vinda dos alto falantes nos decks auxiliares. O zunido constante do hyperespaço. Ele olhou para frente e viu, logo após o para-brisa blindado distorções coloridas com padrões absurdos.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">De fato, ele estava viajando em um cruzador em dobra espacial:</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Não foi nada, eu só. . . " Ele começou, com a garganta seca. "Me distraí com alguns fantasmas. "</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Você está pálido, cara. " Falou a piloto, meio humana, meio andróide, de pele azulada e traje roxo colado ao corpo. "Talvez esteja exagerando nos estimulantes."</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Talvez. . ." Admitiu Agnus. "Tenho dormido pouco. "</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Atrás dele um rapaz sardento observava curioso. Apesar da aparência juvenil ele tinha a idade somada de Agnus e Valkyria:</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Que fantasma foi esse? " Perguntou ele, a voz oscilando de tom. "Alguma informação útil?"</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Não mesmo. Foi só que. . . Era algo parecido com a minha língua original."</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Valkyria assoviou:</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Que sinistro. Ninguém fala essa língua fora daquele buraco que você nasceu, Ag. Não tem como ter algo escrito naquele código arcaico estar infiltrado nos dados bidimensionais. "</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Mas, mas. . ." Interveio o rapaz de voz complicada. Seu nome era Laius. "Mas e se for realmente um fantasma? E se alguém está usando essa língua para transmitir algo secreto. Pode ser vantagem que o Agnus consiga ler essa informação sigilosa pra nós. "</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Não tinha pensado nisso, mas parece razoável. " Concordou a piloto, esboçando um sorriso de ganância. "O que cê acha, Ag? É algo que pode ser útil?"</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Agnus olhou novamente para seu deck. Havia mais coisas infiltradas nos dados. Ele leu e releu algumas vezes as informações naquela língua a tanto deixada pra trás. Que sentimento estranho. Por um instante ele sentiu-se de volta ao litoral de um planeta insignificante, numa outra galáxia tão insignificante quanto possível:</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Se isto tem um motivo, não acredito que seja algo especial. São frases soltas e elas mal fazem sentido. " Ele disse, depois de analisar aquilo mais algumas vezes.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Pena. " Disse Laius. "Eu me diverti com a ideia de um código em língua arcaica por um momento. "</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">A viagem seguiu sem maiores problemas, porém Agnus não conseguiu mais esquecer aqueles códigos. Frases mais sem sentido. Não era a toa que ninguém nesta galáxia tinha ouvido falar do tal Português.</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">hG 5r 667r As F D b N</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Sei que canto. E a canção é tudo."</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">S F 6 778 9897 dfs ¨D¨7%$ </span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Tem sangue eterno e asa ritmada."</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">:a3 Dd$54 dd4 % as 44 </span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"E um dia sei que estarei mudo:"</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">^] 87 Gg6& 6g¨¨5% J</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 11pt; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"mais nada."</span></div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-89314549711604721282017-10-20T17:54:00.000-07:002017-10-20T17:59:11.228-07:00[Conto] Traços no chãoLink para leitura no Wattpad: <a href="https://www.wattpad.com/484534022-tra%C3%A7os-no-ch%C3%A3o">https://www.wattpad.com/484534022-tra%C3%A7os-no-ch%C3%A3o</a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAqOaCyhlx32YuIL6ZKBg0kPK0F4K6fhStKVGIQNhrhsMSJ9E76pT-PR9cU2vOj51Oob1yHOxNsN93vTVPbQKTFbFtpxWT43BaegTBhAodqWV3hjLvKcv4ZCIj929PSXBSuc4bbRnepvcT/s1600/tra%25C3%25A7os+no+ch%25C3%25A3o.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="512" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAqOaCyhlx32YuIL6ZKBg0kPK0F4K6fhStKVGIQNhrhsMSJ9E76pT-PR9cU2vOj51Oob1yHOxNsN93vTVPbQKTFbFtpxWT43BaegTBhAodqWV3hjLvKcv4ZCIj929PSXBSuc4bbRnepvcT/s400/tra%25C3%25A7os+no+ch%25C3%25A3o.png" width="255" /></a></div>
<br />
<br />
Verônica não precisava de muita coisa para ser feliz. Um pedaço de giz branco ou rosa era o bastante. Ela traçava linhas compridas e tortas no pátio de cimento puro e fazia desenhos sobre alguns lugares.<br />
<br />
Uma ondinha pra cá, uma ondinha pra lá. Uma volta aqui, uma volta ali. Pronto, estava marcado o território mais perigoso.<br />
"Menina, vem almoçar!" Chamava sua mãe.<br />
<br />
"Shh, você vai acordar os Marci-peronautas!" Alertava Verônica, se abaixando para se esconder dos terríveis alienígenas.<br />
<br />
Donos de boa parte do centro do pátio, os marci-peronautas não eram nada amigáveis. O importante era caminhar bem quietinha para que não ouvissem seus passos, senão. . . Bom, aí teria problemas. Porém o risco sempre valia a pena quando Verônica lembrava que depois dos enormes domínios do marci-peronautas estava o reino dos Pôneis, onde a diversão era garantida e o sol era tapado pelo muro de trás do quintal.<br />
<br />
Toda essa encrenca poderia ser evitada se ela entrasse pelos Labirintos Óptico-Finais, mas isso sempre acabava em uma briga feia, pois os anões do labirinto sempre lhe seguiam para chegar ao reino dos pôneis, para roubar tudo. Quando estava sem paciência para andar em silêncio, Verônica deixava que o caos se instaurar.<br />
<br />
Afinal, quando as coisas ficassem mesmo bagunçadas ela sabia que os nobres heróis-peixe iriam vir saltitando com suas carruagens puxadas por cavalos-marinhos mágicos de dentro da floresta de NuíNuin (que ficava em algum lugar secreto atrás do pé de carambola).<br />
<br />
Assim eram os dias de Verônica, vivendo essa constante disputa de reinos mágicos rivais. Por sorte havia escapado inteira sempre.<br />
<br />
Sua vida de grande aventuras terminou quando se mudaram daquela casa para um apartamento no centro da cidade. Fora apenas ela e sua mãe, o que fizera Verônica se perguntar se seu pai havia decidido tomar seu lugar como embaixadora das nações do quintal. Para sua surpresa, quando foi visitá-lo, ele também não estava mais na casa.<br />
<br />
Verônica passou muito tempo pensando se as coisas haviam ficado em paz entre anões e pôneis. Se os marci-peronautas tinham mostrado enfim seu poder e dominado todo o pátio. Aquilo era tão preocupante que ela chegou a escrever algumas cartas de aconselhamento político para os diferentes reinos. Mesmo sua mãe tendo ficado encarregada de levar os documentos diplomáticos, a verdade é que nenhuma resposta chegou. Era possível que o inverno gélido das montanhas ao sudoeste das florestas dos heróis-peixe tivesse impedido a saída do mensageiro.<br />
<br />
O tempo foi passando e Verônica foi esquecendo do pátio. A escola ocupava cada vez mais espaço em sua vida e a ignorância de seus amigos em relação aos marci-peronautas havia deixado de irritá-la para apenas lhe fazer parar de insistir no assunto.<br />
<br />
Estranhamente não houve nenhum inverno desde que ela saíra de perto dos reinos do pátio. Era sempre quente, sempre. Equatorial úmido, dizia a professora e os livros da quinta, sexta, sétima e oitava. Verônica percebeu naquele natal que nunca havia visto neve.<br />
<br />
Os assuntos das amigas se tornaram seus assuntos. Ouviu as músicas delas, viu os filmes delas, sonhou com os garotos do Terceirão, assim como elas. Ainda que se divertisse, Verônica sentia-se cada vez mais parecia com os outros e mais diferente de si mesma.<br />
<br />
E quando viu o mundo havia se tornado todo igual e ela igual a todos. Que lugar chato, vamos sair e beber na sexta-feira. Não posso, tenho que terminar um trabalho da facul. Que isso, o pessoal do escritório vai fazer um happy hour e o chefe não vai. Mas minha mãe está no hospital, é a idade. Na verdade eu agora moro sozinha e às vezes visito meu pai. A minha madrasta vive querendo saber quando vou casar. Vamos sair e beber de uma vez.<br />
<br />
Não parecia haver nada capaz de divertir Verônica depois de um dia monótono e estressante de trabalho. Nem bebida, nem jogos, nem conversa fiada com as amigas pelo whatsapp. Tinha como ser diferente?<br />
<br />
Uma ondinha pra cá, uma ondinha pra lá. Uma volta aqui, uma volta ali.<br />
<br />
"Que pixação estranha essa." Comentou o colega de serviço, vendo que Verônica havia parado para olhar a parede coberta de cartazes de shows sobrepostos uns sobre os outros.<br />
<br />
Verônica não respondeu nada. Por segurança, se afastou dali em silêncio. Algo dentro do peito chiou. Alguma coisa parecia uma pista de algo que ela não lembrava mais.LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-43895167917939742262017-10-13T10:12:00.000-07:002017-10-13T10:12:05.919-07:00[Conto] Telefone<div style="text-align: justify;">
Link para leitura no Wattpad: <a href="https://www.wattpad.com/story/125538558-telefone">https://www.wattpad.com/story/125538558-telefone</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3wpyZW_S_k0pAd-m__epk1m6lrXiYlu0mf1SFaSq2d1U0_2SwKbW9XbjVwkWDsfhbzkZAeHPViUi3LIDLxvNedSMCQuu8AD9vydXhlnS-6Qn0v2tnHfq0dHaUa3Q-NgnUWweO4mO8IMRE/s1600/Telefone.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="512" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3wpyZW_S_k0pAd-m__epk1m6lrXiYlu0mf1SFaSq2d1U0_2SwKbW9XbjVwkWDsfhbzkZAeHPViUi3LIDLxvNedSMCQuu8AD9vydXhlnS-6Qn0v2tnHfq0dHaUa3Q-NgnUWweO4mO8IMRE/s400/Telefone.png" width="255" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Raquel estava na sala de casa. Agulhas nas mãos e tutorial no Youtube, ela aprendia a dar os primeiros pontos apenas para preencher o tempo excessivo que tinha. O filho não estava em casa e ainda era muito cedo para fazer o jantar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi então que o telefone tocou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O telefone, uma bela peça dos tempos de seus pais. Verde lima, com números dispostos em círculo com um discador de plástico por cima. Detalhes metálicos e um fio grosso marrom ligavam aparelho e gancho. Ele estava disposto no canto do balcão antigo, logo do lado de um porta-retratos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele tocava. Raquel pausou o vídeo no smartfone e foi até o ancestral telefone de disco. Um soar alto e estridente que não se poderia ignorar vinha do aparelho. Autêntico toque que lembrava desde a época que era uma menininha, na casa de sua avó Cida.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Atendeu:</div>
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<br /></div>
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"Oi, amor. Que demora pra atender." Reclamou uma voz especialmente familiar.</div>
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<br /></div>
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― Borges? ― Raquel perguntou, sabendo ser ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Sim, eu." Respondeu o marido. "Escuta, amor. O Alceu vai me liberar mais cedo hoje. Tô ligando pra dizer que eu adoraria se você fizesse aquele camarão com massa que é sua especialidade. Quero aproveitar nosso tempo juntos de uma maneira especial."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Raquel ouvia a voz do marido enquanto contemplava seu rosto no porta-retrato ao lado do telefone. Uma foto das antigas, que máquina de filme, um homem de rosto magro e cheio de energia nos seus trinta e poucos anos:</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Agora tenho que voltar ao trabalho. Até mais tarde, meu bem." Despediu-se ele, desligando a seguir. Os tons da linha cortada ficaram martelando na cabeça de Raquel durante um tempo até que ela deixou o gancho de lado, pendurado para fora da mesa.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse Borges. Sabe que é alérgico a camarão e mesmo assim sempre está se arriscando. Era sempre um problema. Volta e meia iam parar em uma emergência porque o marido comia algo na volta do trabalho e chegava todo embolotado em casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Claro que ela não ia fazer o prato, claro. Ainda assim arrumou a bolsa e catou o celular de cima do sofá. Tinha algo à fazer agora, e talvez fosse uma boa passar no consultório da Rosângela na volta, apenas para dizer que estava indo tudo bem.</div>
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<br /></div>
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No corredor para a saída, Raquel olhou na direção do quarto do filho. A porta estava aberta. Sorriu e saiu, mas não sem antes mandar uma mensagem para a secretária da terapeuta.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A casa ficou em completo silêncio. Desde o segundo quarto, sempre de porta aberta para o vazio do seu interior, sem qualquer móvel ou decoração, até a sala e seu antiquado cantinho de velharias.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A secretária teria ligado para a casa para avisar que não tinham como encaixar uma consulta em cima da hora, porém o telefone do consultório não conseguia ligar para celular e na ficha de Raquel não constava nenhum número fixo.</div>
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<br /></div>
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Nos tempo de smartfone, ninguém mais tinha um telefone funcionando em casa. Nem mesmo a viúva e aposentada precoce. O aparelhos de antigamente haviam se tornado peça de decoração. Como aquele verde e marrom, enfeitando ao lado do último retrato do falecido.</div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-45132465264602056852017-09-06T15:02:00.000-07:002017-09-06T15:02:28.214-07:00Quando verdade e ficção são vistas como coisas iguaisUma das minhas intuições pessoais favoritas é a de que para nós a <u>ficção e a realidade tem o mesmo peso</u>. Essa intuição só foi se fortalecendo com o tempo e leituras sobre o tema. Descobri que ao lembrar de algo não fazemos mais do que uma encenação mental de detalhes que registramos dos acontecimentos. Por termos uma capacidade limitada de guardar as informações que muitas vezes lembramos das coisas de maneira muito diferente do que outra pessoa que estava lá.<br />
<br />
De certa forma lembrar é o mesmo que imaginar. Quando imaginamos uma cena de um livro estamos fazendo um processo bem similar ao de lembrar do primeiro dia de aula do Ensino Médio (aquela merda de dia). Ou seja, não há diferença mental entre coisas que realmente aconteceram e coisas que aconteceram em filmes ou livros.<br />
<br />
Ficção e Realidade estão no mesmo nível. Ótimo! Comprovei minha intuição e todos foram felizes. . . Certo?<br />
<br />
Hoje na aula de Estudos Portugueses I (a qual eu carinhosamente apelidei de Filosofia 2017/2) os debates culminaram em uma constatação no mínimo estarrecedora do momento em que vivemos: Estamos em um mundo onde alguém pode dizer que o Nazismo nunca existiu e isso ser tratado no mesmo nível do que uma declaração de um historiador com décadas de experiência do assunto sobre o oposto.<br />
<br />
Indo para outros exemplos, estamos em um momento em que pessoas são capazes de defender a Terra Plana e dizer que toda a ciência dos séculos que nos antecederam são apenas<i> "mentiras feitas para beneficiar os vendedores de globos terrestres pra aulas de geografia mentirosa"</i>. Não importa o quanto isso seja estúpido, simplesmente tudo é tratado como se fosse tão relevante quanto as descobertas feitas pelas pesquisas mais recentes dos astrônomos que dedicassem suas vidas nas missões bilionárias da NASA.<br />
<br />
A mentira deixou de ser mentira para se tornar pós-verdade, para se tornar apenas mais uma versão da ficção que a verdade também se tornou. Mentira e Verdade são a mesma coisa.<br />
<br />
Agora o que me parecia uma questão teoria interessante, que criava a possibilidade de que Sofia e Heidi e Nós estivéssemos numa igualdade de existências se ligou a um viés de violência ideológica e obscurantismo histórico que atormenta nosso convívio social diário. Vivemos em um tempo onde tudo acontece muito rápido, então não há como saber se essa onda de pensamento retrógrado irá passar em uma década e afundar nossa sociedade em um século de retrocesso perigoso em todos os níveis. <br />
<br />
Vivemos uma histeria controlada ao limite. Aqui no Brasil estamos sendo enganados todos os dias pela classe política, engolindo um Golpe e ouvindo um bando de babacas falando em colocar um racista homofóbico como próximo presidente. Está tudo tão relativizado que isso outrora seria uma piada e agora é medo real.<br />
<br />
Será que realmente é uma boa ideia que ficção e realidade sejam iguais?LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-73163271484213240912017-09-05T15:01:00.004-07:002017-09-05T15:19:47.622-07:00Como o acordar de um sonho<div style="text-align: justify;">
Se existe uma coisa que não existe realmente é esse tal de tempo. Pode parecer bem esquisito falar sobre isso, mas o fato é que o tempo é uma convenção que tem tanta utilidade prática quanto um lado desfavorável: o de nos tornar distante de coisas que poderíamos estar sempre próximos. Tudo porquê acreditamos realmente que dias, meses e anos são algo relevante.</div>
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<br /></div>
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Apenas ontem percebi que faz mais de dez anos desde o lançamento de uma das séries de animação que mais influenciou meu pensamento criativo: Suzumiya Haruhi no Yuutsuu. Aquilo foi uma pancada no peito. Nossa, dez anos, mas isso é tanto tempo!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Espera, é realmente tanto tempo?</div>
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<br /></div>
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De maneira inevitável meu pensamento se tornou um mar de historiografia pessoal: a época em que era uma feliz tola que organizava eventos de karaokê de músicas de anime; os dias trabalhando eventos; a capacidade de cantar mais uma vez "God Knows. . .", uma das músicas presentes na primeira temporada de Haruhi; Depois veio o desafio de mudar de um canto para o outro do país; afastamento de amigos e uma inevitável perda de boa parte da confiança e obstinação para realizar o que quer que fosse, pelo fato de ter que lidar com a jornada nada simples de aprender a viver sozinha, trabalhando para pagar aluguel em uma cidade nada convidativa como Rio Grande; então veio Porto Alegre, uma nova faculdade, a construção de novas amizades verdadeiras e então. . . Haruhi outra vez.</div>
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<br /></div>
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A música tem a capacidade de gerar um sentimento único em cada um de nós e esse sentimento não está necessariamente preso ao passado. Ouvimos música para sentir novamente o que sentíamos na época em que aquele som ficou marcado, mas nada diz que não possamos dizer que esse tempo realmente passou.</div>
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<br /></div>
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Qual a diferença entre ouvir God Knows há dez anos e ouvir agora se a sensação de ser capaz de fazer qualquer coisa no mundo em busca de sonhos ingênuos é a mesma? E daí que as leis secretas da sociedade dizem que você não pode mais ter sonhos depois dos vinte e cinco? O tal "mundo adulto" é uma chatice sem fim, com empregos medíocres e rotinas que destroem qualquer capacidade de ir além. Qual o problema de trazer de volta a força de vontade que já mudou a vida uma vez para si?</div>
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<br /></div>
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Parece uma asneira sem tamanho pensar que somos realmente incríveis e temos capacidade de realizar o que desejamos. Somos críticos e sabemos muito bem de nossas limitações, de que o caminho é longo e doloroso. Acrescentamos no nosso olhar a dose de negatividade diária e sabemos que é impossível. É impossível.</div>
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<br /></div>
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Mas precisamos enganar nossa mente viciada no fracasso. Lembrar de algo bom, fingir que ainda estamos fazendo aquela prova na qual nos saímos perfeitos. Fazer de conta que somos aquela pessoa que em um único momento de bravura deu aquela resposta certeira à uma pessoa inconveniente. Mentir pode nos tornar muito mais próximos de fazer tudo o que não faríamos se pensássemos de maneira, digamos, sensata.</div>
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<br /></div>
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Realmente faz tanto tempo desde que cantei Haruhi com meus amigos antes de partir sozinha para o outro lado do país por acreditar em amor?</div>
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<br /></div>
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Claro que não, dez anos são quase nada. Sinto como se tivesse acabado de acordar de um sonho maluco como o da Alice. Não sou mais aquela garotinha de 18 anos, mas ainda tenho toda a força para fazer o que só ela faria, enquanto cantarola a mesma God Knows.</div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-60751205926154289892017-09-04T17:06:00.000-07:002017-09-04T17:06:30.820-07:00Seria a consciência uma ilusão narrativa?<u>O texto a seguir é um fluxo de pensamento. Não é algo estruturado, mas sim um conjunto de idas e vindas de ideias transcritas da forma mais crua o possível, no momento em que foram colocadas em linguagem.</u><br />
<u><br /></u>
Trilhões de neurônios. Robôs que criam robôs e que geram uma consequência inusitada: a consciência.<br />
A consciência é o ruído proveniente da ação desses bilhões de robôs celulares?<br />
Somos ruído.<br />
O fluxo de consciência não é único nem linear. Ele repete fatos e falas, mas também cria coisas novas, o tempo inteiro.<br />
Se somos ruído, somos ruídos capazes de desvendar o Universo?<br />
Ruído.<br />
Se somo ruídos, basta que uma máquina também tenha bilhões de bilhões de partes lógicas independentes que esse mesmo tipo de ruído irá surgir naturalmente.<br />
E então estará provado.<br />
Somos consequência, não consciência.<br />
Somos ruído.<br />
Ruído que cria ruídos, que constrói o que não existe. Somos o ruído capaz de criar Universos novos, intangíveis. A cada segundo, para toda a eternidade.<br />
Narramos a nós mesmos como se fôssemos um único personagem.<br />
Obedecemos esse personagem<br />
Ele é apenas um personagem<br />
Não existe um Eu real, apenas uma forma narrativa que é resultado tanto de fatores químicos internos e inerentes ao caos dos robôs celulares, quanto à nossa própria capacidade de acreditar que existe um Eu real que determina como nós agimos.<br />
<br />
A pergunta fundamental (Quem sou Eu?) é uma bobagem, afinal o Eu não é Ninguém e é todos ao mesmo tempo.<br />
A consciência é o Tudo e o Nada.<br />
<br />
A consciência surgiu apenas por conta da evolução? Essa evolução foi deliberada?<br />
É possível, afinal um sujeito consciente é capaz de compreender abstrações do que um sujeito que age apenas em função de seus instintos subconscientes. É a diferença entre um cão e um homem. O homem é capaz de fazer coisas completamente sem sentido físico direto, mas que o levam à situações mais confortáveis ou favoráveis à sobrevivência.<br />
<br />
A consciência é um ruído, mas não é um acidente.<br />
A consciência é um ruído descontrolado, guiado pela linguagem, moldado para nos tornar capazes de sobreviver à muito mais do que os outros animais.<br />
Mas somos falhos, nosso egoísmo e nossos impulsos violentos nos tornam destrutivos para com os outros.<br />
Egoísmo, pensar apenas em si. Parece estranho que uma coisa ilusória como a consciência se preocupe tanto consigo mesma.<br />
Ao mesmo tempo<br />
É apenas sendo egoísta que a consciência consegue atingir seu potencial máximo de evolução. É assim que ela nos torna capaz de sobreviver à custa de outros, objetificá-los, ter vantagem, confortos e segurança extra. Segurança nunca é demais para a evolução.<br />
<br />
Ou talvez seja.<br />
Pois quando chegamos ao mundo onde conceitos importam mais do que perigos reais começamos a acreditar que realmente o tal Eu é algo que precisa ser entendido e elevado.<br />
Nosso Eu é mais importante que o Eu dos outros.<br />
<br />
A capacidade de abstrair estar no centro disso tudo.<br />
Mas é notório que nossa consciência tem muitas falhas.<br />
Ela é fraca e limitada<br />
Pois nos prendemos à ilusão do eu<br />
Pois somos incapazes de perceber o futuro com clareza<br />
Por isso criamos perspectivas falsas<br />
Criamos cenários irreais e acreditamos em falácias com muita facilidade<br />
<br />
Somos nossas consciências?<br />
Talvez no estado atual das coisas podemos dizer que sim<br />
Somos os seres desse ruído<br />
O ruído proposital<br />
Porém estamos tão mergulhados no mundo dos ruídos que ganhamos novas camadas de complexidade que podem nos fazer bem, ou fazer mal<br />
É a capacidade de ter crença. A mesma que pode nos fazer sobreviver às estações do ano ou pode nos levar à matar milhões de outros seres vivos sem piedade.<br />
Mas afinal isso é mesmo algo ruim?<br />
Os valores são coisas criadas por nós.<br />
Mas do ponto de vista evolutivo criar violência não é inteligente quando ela gera a possibilidade de revanche, de retorno dessa violência contra nós.<br />
<br />
Está dizendo que não existe a moral ou a bondade?<br />
Nunca existiu.<br />
É tudo coisa desse ruído maluco<br />
Esse ruído<br />
<br />
Agora, voltando à questão narrativa<br />
Nós criamos personagens e nós mesmos interpretamos um personagem<br />
Mas por que é assim?<br />
Penso que possa ser uma questão de limitação<br />
Assim como não somos capazes de falar diversas frases ao mesmo tempo, pois só temos uma boca,<br />
Não somos capazes de nos compreender como seres diferentes ao mesmo tempo<br />
Ainda que sempre sejamos diferentes<br />
Somos a pessoa da faculdade<br />
A pessoa do trabalho<br />
A pessoa da família<br />
A pessoa com nós mesmos<br />
Buscamos, em alguns casos, harmonizar essa visão de quem somos<br />
Criar uma narrativa coesa<br />
Pois a falta de coerência é algo que nos incomoda<br />
Mesmo em nós mesmos<br />
Cria um tal "peso na consciência"<br />
Por que não somos capazes de lidar com o fato de não sermos uma pessoa só<br />
Nem mesmo de um minuto para o outro<br />
Nem mesmo de hoje para amanhã<br />
Somos o ruído<br />
Uma resposta de instintos domados por pensamentos abstratos<br />
moldados por linguagem<br />
Linguagem oral, na maioria das vezes,<br />
Mas também linguagem gestual, por libras, por imagens<br />
<br />
Talvez seja difícil pensar que existe pensamento sem linguagem porque somos totalmente emoldurados sobre essa estrutura comunicativa<br />
A língua<br />
Mas isso não é uma verdade<br />
Não somos capazes de pensar hoje sem palavras<br />
Por que já crescemos tempo demais pensando com palavras<br />
<br />
O pensamento por si só é uma questão muito interessante.<br />
O que é o pensamento?<br />
<br />
Tudo tem um motivo instintivo e biológico<br />
Tudo é satisfação e segurança<br />
Tudo<br />
Mesmo o amor<br />
Mesmo o ódio<br />
Talvez seja fácil notar no medo<br />
Mas é nebuloso se pensar nisso à respeito da ética<br />
Mas todos são biológicos<br />
<br />
O que leva à busca do conhecimento?<br />
Satisfação<br />
Nos tornamos complexos à ponto de compreender abstrações em níveis muito superiores à Abstração Primeira<br />
Nós mesmos<br />
O Ruído<br />
Abstração Primeira<br />
Eu<br />
Consciência<br />
Não existe nenhuma consciência?<br />
É como a tela do celular<br />
Uma cara<br />
Na frente de sistemas muito mais complexos<br />
<br />
Só vivemos de maneira narrativa<br />
Não entendemos o espaço<br />
o tempo<br />
eu<br />
o outro<br />
o mundo<br />
sem ser por narrativa<br />
construímos narrativas desde que aprendemos sobre o tempo<br />
mas só aprendemos sobre o tempo por termos memória do que já aconteceu<br />
memória<br />
marca do tempo que passou<br />
aprendemos à duras penas sobre ação e reação<br />
chorar nos deixa sem ver televisão<br />
nossos pais nos ensinam sobre tudo isso<br />
através da moldura da linguagem<br />
Língua<br />
As línguas são moldes de realidade<br />
Realidade<br />
A Abstração Segunda<br />
Vem logo após o Eu<br />
A Realidade é uma abstração do que nosso sentidos são capazes de captar<br />
Com fatores lógicos e abstratos que construímos a partir de memórias e sensações<br />
<br />
Se não somos os mesmos de cada segundo no passado<br />
Escrever é o ato de colocar a expressão linguística desse ruído interminável em um espaço<br />
seja digital<br />
seja físico<br />
Escrever é gravar o fluxo de linguagem que existe em uma parte do nosso pensamento<br />
A ficção e a realidade são abstrações no mesmo nível<br />
São Abstração Segunda<br />
Pois ambas se passam em nosso Ruído<br />
e ambas são intangíveis<br />
ambas dependem só da nossa visão<br />
ambas são reconstruções de conceitos apreendidos externamente<br />
ou pelo menos reconstruções desses mesmo conceitos<br />
repetição e reaparecimento<br />
releitura<br />
aprender palavras é aprender novas maneiras de construir abstraçõesLKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-4271443885474744372017-08-30T14:57:00.000-07:002017-08-30T14:57:23.659-07:00Por que escrevo literatura?Escrever é como uma forma de magia muito antiga e extremamente poderosa. Ela encanta quem lhe conhece e confere aos seus artífices capacidades extraordinárias.<br />
<br />
Apenas através da escrita é possível imortalizar um sentimento. É através desse meio que se pode lançar uma emoção de dentro de um alguém para outras tantas pessoas, em tantos outros lugares do mundo e do futuro.<br />
<br />
Escrever literatura pode servir ao bem e ao mal, pois está além desses conceitos fracos. A literatura influencia, marca e constrói a alma humana. Também esta tem a capacidade de destruir, desconstruir tudo o que havia antes no intuito de recriar uma alma mais forte.<br />
<br />
Literatura pode ser apenas um entretenimento ou ser a mais ambiciosa possível e, em todos os casos, ainda carregará sempre consigo pelo menos uma semente daquilo que é intangível. Do mais profundo do que é a existência humana e do que é o mundo que construiu aquele autor. Mesmo quando o enredo em nada tem haver com a realidade é tudo sobre a realidade que de fato se vê.<br />
<br />
Escrever é construir a si mesmo. É destruir suas certezas sobre si e sobre tudo. É tornar-se capaz de ouvir o outro e tirar disso palavras para tentar expressar o que se sente. É descobrir lugares ocultos da própria alma. É sentir como se a realidade de dentro e de fora de si fossem equivalentes ao ponto de uma não poder viver sem a outra.<br />
<br />
Ainda que a maestria na arte da escrita seja algo para poucos, todos somos livres para experimentar dessa magia. Basta coragem, paixão e um fraco senso de praticidade. Afinal, num mundo de objetificações e urgências, sentar-se para escrever um romance é um ato de rebelião. Escrever é ir contra o que manda a regra. É como toda e qualquer arte, tão fundamental à vida e ao mesmo tempo massacrada pelas normas de um mundo do comum e do mais do mesmo.<br />
<br />
Escrevo literatura pela chance de me sentir livre. <br />
<br />
Escrevo sonhando com o momento em que aquela parte de mim será conhecida por um outro alguém. Faço pensando em todos esses alguém.<br />
<br />
Escrevo porque já me acostumei à sonhar em texto e minha cabeça fica pesada todos os dias em que não jogo no papel digital um parte de toda aquela profusão de sons e vidas imaginárias.<br />
<br />
Escrevo porque espero reconhecimento. Quero ser aceita por aqueles que leem e quero que eles se sinta mais aceitos ao ler o que escrevo. Por esse motivo muitas vezes escrevo sobre coisas que me dizem muito respeito. Sobre ser mulher, sobre ser lésbica, sobre ser alguém distante da sua terra natal, por ser alguém que vê o mundo inteiro como algo misterioso e incompreensível.<br />
<br />
Escrevo porque só assim sou capaz de compreender uma pequena parte da minha própria alma. Escrevo porque não saberia viver de outra forma.<br />
<br />
Não busco a maestria. Quero me emocionar e viver tudo o que só é possível viver nos sonhos de palavras. Nesse meu estranho universo individual não existe nada mais poderoso do que literatura.LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-20590715955672943702017-08-28T16:28:00.000-07:002017-08-28T16:28:05.318-07:00Promessas de começo de semestre ainda valem de algo?<div style="text-align: justify;">
Hoje começou o quarto semestre da minha segunda graduação (não ter feito o TCC da primeira não muda o fato de eu ter cursado tudo, afinal) e tudo foi bem péssimo. Essa é a impressão que uma enxaqueca horrível causada pelas crises constantes de sinusite deixou, mas a verdade é que me sinto sempre muito bem em começar novos desafios e rever as amizades de curso (todas pessoas com as quais aprendo muito e sempre).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para tentar aguentar a dor da enxaqueca enquanto estava no trabalho me dei um tratamento de "alegria instantânea": fui reler comentários de meus antigos fanfictions postados no Kono-ai-Setsu. Ainda que muitas pessoas desprezem o valor dos fics (um assunto que rende um debate quase infinito) devo dizer que não apenas gostei de já tê-los escrito como ainda gosto de escrevê-los quando a rotina permite. Um bom fanfiction é tão valioso quanto um fanart bem feito, ou quanto um doujinshi pensado e desenhado com alta técnica artística. E, apesar da falta de valor, tenho cá meu orgulho com meu saudoso Mastered Negima e seu texto simplório.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o que isso tem haver com promessas de começo de semestre? Bom, já faz mais de dez anos que comecei a publicar aqueles fanfictions e minha vida sofreu transformações quase surreais nesse meio tempo (algum dia terei que detalhar isso), mas fato é que ainda estou só no começo do meu trabalho como escritora. Recém consegui terminar a reescrita da quarta versão de um romance original longo de ficção-científica, o que mal pode ser considerado metade do caminho para que esse texto consiga chegar à algum público que o queira consumir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo depois de dez anos, ainda estou no começo. Mesmo que já soubesse usar técnicas bem desonestas para provocar sentimentos variados no leitor com "Lives", minha técnica de escrita melhorou muito nesse período e ainda tem muito à melhorar. Dá um sentimento muito estranho perceber o quão cumprido é caminho que ficou para trás e também o que vem pela frente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não tenho como fazer promessas de começo de semestre que não seja "tentar sobreviver à carga de leituras e trabalhos do quarto período," mas ainda assim me sinto cheia de esperança em perceber que tenho sempre esse longo caminho diante de mim, se abrindo ao infinito das possibilidades, esperando que eu dê aos anseios escolhidos, a vazão em realidade que tanto merecerem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que sorte estar no quarto período, a professora de Produção Textual do segundo e terceiro períodos iria me matar se encontrasse um texto tão pessoal e nada "objetivo" meu online.</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
-LKMazaki - Agosto de 2017</div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-90740137931397959192017-08-23T13:39:00.000-07:002017-08-23T13:39:12.434-07:00Micro-conto<div style="text-align: center;">
O rapaz assistia toda noite ao show da banda famosinha. Conhecia as músicas, seguia o site e fazia parte dos grupos. </div>
<div style="text-align: center;">
A banda logo deveria se tornar uma sensação nacional, mas de alguma forma isso deixava o rapaz preocupado. </div>
<div style="text-align: center;">
Não saberia como lidar com as fãs do guitarrista, seu namorado. </div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-89299138187596872662017-08-23T13:23:00.001-07:002017-08-23T13:23:15.524-07:00Impulso<i>Dois textos para terminar</i><br />
<i>Quatro livros para resenhar</i><br />
<i>Três cadeiras da faculdade com matéria acumulada</i><br />
<i>Um pensamento</i><br />
<i>O banal dos sonhos incontidos</i><br />
<i><br /></i>
<i>Naves espaciais</i><br />
<i>Magos sombrios</i><br />
<i>Cidades sujas e frias, não parecidas com as que conheço</i><br />
<i>Um único pensamento</i><br />
<i>Me carrega para longe de todas as prioridades</i><br />
<i><br /></i>
<i>Inversão de papéis</i><br />
<i>Num abandono de forma e rima</i><br />
<i>Métrica ou quadra,</i><br />
<i>Quarta, quinta. . .</i><br />
<i><br /></i>
<i>Devaneio sem freio me leva de encontro</i><br />
<i>À parede de tijolos das responsabilidades</i><br />
<i><br /></i>
<i>Ainda assim não há receio</i><br />
<i>Ou preocupação</i><br />
<i>Quando nasce o impulso do pensamento</i><br />
<i>Os sonhos despertam</i><br />
<i>E o restante parece apenas um único mar de baboseiras</i><br />
<div style="text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i></i>LKMazaki - Agosto de 2017</div>
<br />LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-47213190195715967382017-08-21T16:10:00.000-07:002017-08-21T16:10:46.542-07:00Dança Sombria<div style="text-align: justify;">
Estávamos nós, eu e Gustavo, de mãos dadas, girando tristemente ao redor de coisa alguma. Tudo era cinza e sem forma no mundo. Apenas nós dois ali, rindo e chorando, sabíamos existir. De onde havia vindo isto? Como poderia ter sido diferente?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fazia algum tempo desde nosso último encontro. A vida agitada, os compromissos reais e os fantasiosos com os ditos sonhos, haviam nos feito distantes por mais tempo do que eu poderia lembrar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas em nada ele havia mudado, não mesmo. O Gustavo nunca mudava. Sempre a mesma cara cansada, de manchas escuras ao redor dos olhos por conta da insônia. Sempre as roupas escuras e a pele sem marcas de sol. Que aparência deprimente ele tinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda assim eu sabia, e sempre soube, que estávamos destinados a dançar novamente. Mais uma vez e para todo o sempre, girando e girando pelos dias e noites que se sucedem ao nossos passos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou felicidade e ele é tristeza. Enquanto construo os pilares dos nossos sonhos, ele apenas espalha a terra para que tudo afunde. Eu sonho e ele grita. Mas é quando meu canto se torna um grito que ele mostra a sua força.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi assim que nos reencontramos. Pois por maior que seja a felicidade ela não é feita sem momentos ruins. Na solidão da minha desgraça chorei por não ser capaz de controlar o passado nem o futuro. Ele então apareceu, ouvindo meus lamentos e segurou minhas mãos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Aceite o desespero e nós dois poderemos nos fazer companhia por toda a jornada."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como eu fora tola. Exibindo meus sorrisos e me gabando da minha habilidade precária. Enquanto me enchia de cores eu deixava meu lado mais frágil favorável a levar um golpe fatal. Por sorte eu apenas caí, sem ar, com dor e medo. Não morri, e Gustavo me abraçou quando me colocou de volta sobre meus pés.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele era quente como o abraço da nossa amada. Macio toque do seu casaco preto. Seus cabelos um tanto desgrenhados se pareciam mais familiares do que jamais eu notara. Talvez esse tenha sido o primeiro passo para que eu entendesse, uma vez mais, que não tinha como existir sem ele comigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As lágrimas se tornaram apenas ardor e eu esqueci sobre o passado e o futuro. Do que importava se tudo era apenas desespero? Pra quê lamentar-se do que já era feito de desgraça? Por que estive tanto tempo esquecendo daquela parte tão podre e deliciosamente viva da minha própria alma?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dançamos. Cantamos à desgraça e à confusão. Sorrimos e rimos da nossa mesquinharia e reafirmamos nossos gostos em comum pelas sombras da alma. Somos opostos e ao mesmo tempo iguais. Gêmeos indissociáveis. Em mundos paralelos e mais próximos que pés e mãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi um belo reencontro esse nosso. Me ajudou a perceber minha tolice e achar que posso estar nessa sozinha. Eu preciso de Gustavo e de todos os outros. Todos eles. Cada um tem muito a me ensinar e apenas com a força de cada um é que poderei continuar traçando esse caminho torno, nessa estrada torta que é a vida.</div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-87038782563518902452017-08-17T13:44:00.002-07:002017-08-17T13:44:34.426-07:00Falsa Equivalência, ou a lógica do Tempo do Obscuro<i>Se todos os machistas são pessoas</i><br />
<i>E todos os homens são pessoas</i><br />
<i>Logo</i><br />
<i>Todos os homens são machistas</i><br />
<i></i><br />
<i>Se todas as feministas são pessoas</i><br />
<i>E todas as mulheres são pessoas</i><br />
<i>Logo</i><br />
<i>Todas as mulheres são femininas</i><br />
<i></i><br />
<i>Se todas as mulheres são feministas</i><br />
<i>E todos os homens são machistas</i><br />
<i>Logo</i><br />
<i>Todos os homens são mulheres</i><br />
<i>E todos os homens são feministas</i><br />
<i>E todas as mulheres são machistas</i><br />
<i>E todos os machistas são feministas</i><br />
<i>E você não é ninguém</i><br />
<i></i><br />
<div style="text-align: right;">
LKMazaki - Agosto de 2017</div>
<br />LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-43933927277785364122017-04-17T15:07:00.000-07:002017-04-17T15:07:18.259-07:00Paralisia da insônia<div style="text-align: justify;">
Todo mundo já procrastinou alguma vez na vida sobre alguma coisa. Na verdade podemos realizar esse pecado capital moderno algumas vezes durante o dia, todos os dias, e ainda continuarmos sendo cidadão exemplares dentro dos parâmetros da exigente máquina de produção na qual estamos inseridos. Porém sempre há o risco de cair em um ciclo onde esse processo não seja mais agudo, mas crônico, nos levando ao que vou chamar de Paralisia da Insônia só para ilustrar de maneira fácil de lembrar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você faz sua lista de tarefas para o feriado de três dias: um exercício de língua estrangeira, a revisão de um conto, o estudo de uma matéria, três textos para ler, dois resumos, um questionário. . . Logo sua página está inteira preenchida e você se lembra de que tem uma família para dar atenção, um jogo que adoraria retomar, uma série para assistir, aquele encontro com amigos que já estava marcado há dois meses. . . Você então entra em pânico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aproveitar o feriado se torna um massacre e trabalhar sem parar nos seus afazeres também, pois você está negligenciando sua família, cachorro, tamagochi ou seja lá o que for. É uma situação onde você perde ou perde. E daí você escolhe a "terceira via duvidosa": não fazer nenhuma coisa, nem outra. Você entra na Paralisia da insônia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Procrastinar gera uma sensação de culpa que é difícil de engolir. Porém não somos máquinas guiadas por um programa de computador que leva em consideração as prioridades pragmáticas. Lembramos à todo momento que somos humanos, que (talvez) nos amemos e queiramos nos proporcionar algum tempo de prazer nos raros momentos em que não somos impelidos para o trabalho, estudo, ou qualquer outra obrigação para convívio dentro da sociedade que tenhamos. Queremos ter a ilusão de ser livres e ter escolhas sobre nossa rotina, mas esse desejo não é capaz de desligar o senso de dever e culpa que esse prazer "mundano" trás.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem alternativa, nos tornamos como vegetais, incapazes de fazer uma coisa ou outra. Nos escondemos de tudo em aplicativos, em navegação inútil ou em algum livro que nem temos mesmo interesse em ler, só estamos usando de escudo para encarar os fatos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, uma lista de tarefas se torna uma bomba que explode no nosso colo nos tornando incapazes de dormir, de nos divertir, de nos sentir satisfeitos com os três dias de descanso proporcionados pelo feriado que nem sabemos o sentido. Estamos paralisados, insones, frustrados e irritados. Escrevemos um texto para fingir que superamos tudo, mas na verdade temos toda aquela lista nos esperando, pronta para nos degolar na manhã seguinte.</div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-20824228558273303422017-04-10T17:09:00.000-07:002017-04-10T17:09:20.272-07:00Nada Pessoal
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 11.35pt; text-align: justify; text-indent: 42.5pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Abstrair
conceitos da realidade é parte da nossa rotina. Abstraímos lugares para assim
os conhecer; abstraímos acontecimentos e fazer relações que escapam do óbvio. É
assim que compreendemos o mundo. Porém existe um tipo de movimento de abstração
que é ao mesmo tempo necessário e perigoso: somos capazes de separar o conceito das
pessoas de quem elas realmente são.</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 11.35pt; text-align: justify; text-indent: 42.5pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Quem
nunca ouviu a frase “não leve isso para o pessoal” após receber alguma ofensa
que com certeza já lhe tirou da seriedade de ânimos? Dia desses descobri que
uma antiga amizade com a qual tinha contato atualmente só pela internet havia
perdido o interesse no nosso vínculo e me excluído de suas redes. Não leve para
o pessoal, ela disse em seu perfil, após ter feito a operação com várias
pessoas além de mim, é que quero que minhas atualizações mostrem apenas coisas
que me sejam de interesse.</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 11.35pt; text-align: justify; text-indent: 42.5pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">E
pra que lado eu poderia tomar aquele que não o pessoal? Havíamos trabalhado
juntas em projetos artísticos, em um grupo que havia sido quase uma segunda
família para os membros naquele ano. Agora que meu contato não era mais
interessante era algo nada relacionado ao pessoal sair excluindo à mim e a
outros colegas do mesmo período?</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 11.35pt; text-align: justify; text-indent: 42.5pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Abstraímos
pessoas o tempo inteiro, tornando-as conceitos com os quais lidamos de maneira
mais simples do que lidaríamos com essas massas de carne e incredulidade
tangível da qual surgem essas abstrações. Precisamos simplificar e agrupar
algumas vezes para entender como devemos nos comportar em determinadas
situações. Pessoas da empresa, colegas da faculdade, amizades da época da
escola. . . Criamos grupos conceituais e encapsulamos os outros modelos
metafóricos que representam vagamente as pessoas com quem convivemos.</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 11.35pt; text-align: justify; text-indent: 42.5pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Ninguém
faz isso com o objetivo de ser frio simplesmente. É que somos incapazes de dar
total atenção para cada uma das pessoas que estão em nosso convívio. Nossa
consciência é incapaz de suportar a quantidade de informação necessária para
ter uma visão complexa e completa de cada um dos vizinhos, dos clientes do
lugar onde se trabalha ou de alunos das ênfases mais desconhecidas da Letras.
Precisamos desse espaço precioso de raciocínio para trabalhar outras coisas
inúmeras que nos assaltam a todo o momento. A música na playlist do celular, ou
o tamanho da fila do R.U. precisam de espaço e para isso simplificamos aquelas
centenas de pessoas enfileiradas à um grupo sem distinção que está tornando nosso
horário de almoço mais caótico.</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 11.35pt; text-align: justify; text-indent: 42.5pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Tornar
pessoas coisas com as quais não fazemos relação ao lado pessoal é também
perigoso. Todos se tornam coisas e coisas podem ser colocadas de lado com
facilidade. Tratadas como quantidades ou apenas como acúmulo de espaço.</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 11.35pt; text-align: justify; text-indent: 42.5pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";">No
fim eu também excluí aquela antiga grande amiga de projeto do meu feed do
Twitter e do Facebook. Não quero gastar meus olhos lendo suas opiniões inconstantes
ou vendo suas divulgações de projetos que não me interessam. Não é nada
pessoal, eu só quero poder deletar a abstração dela da minha realidade.</span></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-24819579612800884432017-03-04T11:27:00.000-08:002017-03-04T11:27:03.772-08:00Corrida contra o Infinito das Idéias<div style="text-align: justify;">
Por algum motivo não existe tempo o suficiente em um dia para fazer tudo o que gostaríamos. Mesmo que o dia tivesse 200 horas é certo de quem não seria o suficiente. Sempre queremos fazer mais, queremos ser mais, aproveitar mais da vida e fazer com que cada minuto que temos dessa parca vida sirva para algo útil, ou pelo menos divertido. Ao buscar fazer tudo, é fato de que o tempo nunca parece se adequar aos nossos desejos ilimitados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde meus 17 anos eu venho desenvolvendo mais e mais projetos pessoais em paralelo. São livros que começo a escrever, são séries em tiras de quadrinhos que começo a desenhar, são blogs, são participações em outros blogs, são ainda mais blogs. . . e por aí vai. O tempo nunca é o suficiente, ainda mais quando você tem a obrigação de trabalhar em uma empresa se quer manter-se no jogo do capitalismo. Ainda mais se você decidir começar uma segunda faculdade alguns anos depois de ter largado a primeira. . .</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim, o tempo nunca é o suficiente, mas é melhor que seja assim. Ainda que seja frustrante não ter como realizar tudo, a sensação de ter que apressar-se para que a vida não termine sem que façamos o primeiro movimento no tabuleiro deste jogo complexo do viver é uma motivação que pode também nos enlouquecer. Mas daí enlouquecemos com qualquer coisa mesmo, pelo menos sendo por um bom motivo é algo positivo. Mesmo que fiquemos deitados durante a noite e trabalhando com pasmaceira durante o dia, isso não significa que a vida irá desacelerar - pelo contrário. A vida passa rápido, não importa se você faz uma ou vinte coisas ao mesmo tempo. O nosso tempo esgota cada vez mais rápido e isso é algo que está além do nosso controle.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sigo me enfiando em mais projetos, mesmo sabendo que é impossível ser tudo. Com os anos vou aprendendo a finalizar alguns desses projetos no meio do caminho, sem que isso diminua realmente a ansiedade que é correr sem parar. O tempo passa rápido, mas pelo menos minha checklist me lembra da quantidade de coisas que fiz e experienciei por sacrificar um tanto de descanso ou mesmo a sanidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Melhor assim. Melhor assim. . .</div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-45381878531976267322016-06-15T14:03:00.001-07:002016-06-15T14:03:32.269-07:00À procura de emprego<b style="font-weight: normal;"><div dir="ltr" id="docs-internal-guid-af298295-55dd-c501-a0d0-564974343c7e" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Procura-se emprego nos ramos artísticos</em></span></div>
<em><br /></em><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Sabe-se escrever prosa em língua clara</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Além de desenhar em linguagens gráficas diversas</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Canto</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Poesia</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Sabe-se inclusive pensar</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>E ser crítico sem sair da racionalidade para adotar a paixão</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>(Diga-se de passagem um diferencial e tanto na Era das Curtidas)</em></span></div>
<em><br /></em><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>A remuneração pretendida não é ostensiva</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Talvez o mínimo para comprar lápis e papel</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Quem sabe apenas um cumprimento já valha o mês de esforço</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Ou apenas um sorriso</em></span></div>
<em><br /></em><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>Por favor entrar em contato através da rede social menos popular</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>E utilize como identificação o assunto</em></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><em>“Compram-se seus sonhos”</em></span></div>
<br /></b><div style="text-align: right;">
LKMazaki 2016</div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-89730083652494674092016-05-25T16:59:00.000-07:002016-05-25T16:59:30.444-07:00A jornada de Alphanaris<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKkTsS0h1ih-nXfnbdx3vRbfYueyycW0AqFKwpp7Rj61PysRfG-nWr_gwpAgfu4dIAOIF6WmbcfVCzbV0ZQajiWIVJD2D0EyXyCVbu5hpWyqYS-v_O7mpkHOWKieyqWgFGUJCgxS7nGegv/s1600/alp.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKkTsS0h1ih-nXfnbdx3vRbfYueyycW0AqFKwpp7Rj61PysRfG-nWr_gwpAgfu4dIAOIF6WmbcfVCzbV0ZQajiWIVJD2D0EyXyCVbu5hpWyqYS-v_O7mpkHOWKieyqWgFGUJCgxS7nGegv/s640/alp.png" width="446" /></a></div>
<br />LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-39963219894569525132016-04-25T14:42:00.003-07:002016-04-25T14:42:56.201-07:00Manifesto da Calma<b style="font-weight: normal;"><div dir="ltr" id="docs-internal-guid-e999f098-4f5e-e2c6-74f5-67c462aefa80" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Manifesto da Calma</span></div>
<div style="text-align: center;">
por LKMazaki<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Vivemos em tempos caóticos. Mais do que em qualquer época da História conhecida o ser humano vive nos limites da razão, atormentado pela massa esmagadora de informação e acontecimentos que permeiam o dia-a-dia atribulado da sociedade padrão globalizada do ocidente e oriente. E, para aplacar as angústias constantes do viver, as pessoas, ao invés de buscarem se afastar momentaneamente do caos urbano, pelo contrário, mergulha na miríade do entretenimento que lhe aliena de tudo ao seu redor.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Seja no estudo, trabalho ou lazer, as pessoas estão se entupindo de conteúdo banal e extremamente passageiro, afim de lacrar seus pensamentos à qualquer coisa que possa lhes causar um impacto real aos sentidos.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Em resumo, o mundo está distraído demais para viver.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Este manifesto tem como objetivo opor-se a essa que chamamos de Cultura da Distração, ou mesmo Cultura da Falta de Importância. Um tipo de comportamento que ganha a cada dia proporções alarmantes e causa efeitos terríveis para indivíduos e o ambiente ao seu redor.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O Manifesto da Calma não é um grito de oposição, afinal isto seria em si uma contradição. Queremos, silenciosamente, abrir nossos olhos para a realidade imediata e, ao mesmo tempo, eterna que cerca cada momento de nossas vidas. Não queremos deixar passar os significados tão especiais de todas as coisas que parecem estar desvalorizadas em relação ao que é brilhante, barulhento e absolutamente insignificante.</span></div>
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<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Detestamos passar por uma rua sem observar ao menos por um momento sua arquitetura. Igualmente os sons urbanos, tão disformes, também nos são bem vindos de vez em quando. Claro que apreciamos músicas aos nossos ouvidos, como a maioria faz, porém, de vez em quando, pensamos ser bom dar um tempo para pensar com nossos próprios neurônios.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Não gostamos de repetir as frases deflagradas nas mídias novas e antigas. Queremos expor nossos pensamentos com nossa própria maneira de construir sentenças. Clichês são bons, mas usá-los demais nos parece uma armadilha para tornar nossa mente preguiçosa.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Muitos de nós gostam de coisas que a maioria considera velha. Muitos nos confundem com esses maníacos por “retrô”, mas não é esse o caso. A verdade é que nós sabemos que uma década, um século, ou mesmo alguns séculos, não são muito tempo. O mundo e a humanidade está aí a tanto tempo que seria uma tolice acreditar que uma música composta a duas décadas é algo antigo. Mesmo o mundo moderno, que começou a ser costurado a alguns séculos, é algo extremamente novo e por isso tem toda a nossa atenção e respeito.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Essa valorização que costumamos a dar ao que os outros acreditam ser passado distante tem várias consequências em nossas vidas. Isso por que não somos capazes também de esquecer as abominações que a poucas décadas e séculos assolaram a face do nosso pequeno planeta. As grandes guerras, genocídios e torturas contra tudo e todos. Os seres humanos já provaram muito bem serem capazes do pior e isso jamais sai de nossas mentes. </span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">E é por isso que damos tanto valor à paz e à fraternidade entre os povos. Não somos tolos, sabemos que o mundo está em constante conflito, mas não fazemos parte daqueles que amam este tipo de situação. Pelo contrário.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Sabemos que não somos capazes de mudar o mundo apenas agindo com mais calma diante da loucura imposta e nem é esse nosso objetivo. Queremos primeiro mudar a nós mesmos. Se nos tornarmos serenos a tal ponto talvez vejamos com mais clareza o que podemos fazer para ajudar a clarear a visão dos que nos estão próximos. Este é só um pequeno passo, mas para nós é o que basta até então.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Convidamos a todos para que, nem que seja por um único instante, pare de correr e distrair-se para então pensar e sentir o mundo ao seu redor. </span></div>
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<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Veja, você está vivo. A sua vida dura apenas uma ínfima porção de tempo e por isso ela é tão preciosa. Ao mesmo tempo, veja as infinitas formas de vida que existem ao seu redor. Não só na Terra, mas em todo o Universo. Vidas mais breves e mais longas do que a sua. Todas tão preciosas quanto as outras.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Sinta, você.</span></div>
<br /><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Arial; font-size: 14.66px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Pode ser uma sensação assustadora de primeira, perceber o quão frágil e preciosa a vida é na verdade, mas garantimos que, se fizer isso ao menos uma vez, jamais poderá se distrair a ponto de esquecer disto.</span></div>
<br /><br /><br /></b><br />LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-65420898948659016172016-04-13T16:37:00.001-07:002016-04-13T16:37:12.799-07:00[Opinião] "O Brasil vai ficar sem internet"? Calma lá. . .<div style="text-align: justify;">
Sobre a atual polêmica em relação aos planos com limites de franquia para internet banda larga no Brasil é preciso, antes de mais nada, esclarecer que <strong>é ilegal bloquear a navegação de consumidor sem que o mesmo esteja em débito com a operadora do seu serviço</strong>, ok?</div>
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Saiu uma matéria bastante esclarecedora no site da Zero Hora (<a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/04/20-perguntas-e-respostas-sobre-a-polemica-do-limite-de-dados-na-internet-5777233.html" target="_blank">Clique para ir para o site da Zero Hor</a>a) com perguntas e respostas diretas sobre o tema. Se você não tem certeza sobre o que afinal poderá acontecer e acha que "O Brasil vai ficar sem internet" de uma hora pra outra, por favor, leia esta matéria, ou busque orientação com especialistas em Direito do Consumidor para informar-se.</div>
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Este texto é apenas para deixar registrada mais uma opinião de contrariedade à esta ideia ridícula das operadoras de vender planos por franquias. Na prática isto é apenas um meio de conseguir cobrar mais caro do consumidor médio de internet, que utiliza, e muito, serviços de streaming como You Tube e Netflix (observa-se que é o mesmo tipo de consumidor que vem substituindo a televisão tradicional pelo entretenimento por nicho da rede) e de inviabilizar o consumo maior de dados por boa parcela da população. De certa forma isto é cercear a liberdade de acesso à informação que, semanticamente, se adquire ao contratar um serviço de internet banda larga.</div>
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Ok, como dito antes, na prática é crime cortar a internet do cliente, mas nem todos reclamam por seus direitos, ainda que sejam claros, não é verdade? É neste ponto que se criam as estratégias cretinas de ganhos de alguns empresários (vide os abusos contra empregados praticados em larga escala por corporações que sabem que apenas 10% destes irá protestar na justiça o que tem direito).</div>
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Toda a manifestação de contrariedade à simples possibilidade desse tipo de mudanças nos planos de banda larga é, mais do que correta, necessária de ser feita. Os empresários precisam ser cercados críticas ferrenhas para convencer-se de que esse tipo de política não vai ser aturada pelo consumidor brasileiro. Ainda que muito estardalhaço acabe ultrapassando os limites do bom senso também no tom da crítica, é ainda preferível que seja desta maneira do que passar a impressão de um consentimento emudecido de algo que, para dizer pouco, seria um revés tecnológico.</div>
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Sim, vamos nos manifestar contra isso, mas também vamos nos informar muito bem sobre o assunto, para caso essa galhofa em forma de proposta empresarial gananciosa siga em frente.</div>
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<a href="http://twitter.com/LKMazaki" target="_blank">@LKMazaki</a></div>
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LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2919602210804710737.post-65154499761605856102016-04-12T17:00:00.000-07:002016-04-12T17:00:21.271-07:00Retomando as atividades<div style="text-align: justify;">
Já faz um longo tempo desde que publiquei pela última vez neste blog. Se essa é a primeira vez que você o acessa só irá notar isso depois de perceber a data das últimas publicações.</div>
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Durante mais de um ano pensei em unir a ideia deste blog com um dos meus outros, o Mundo Mazaki. Por este citado ser mais antigo, ter um alcance maior, imaginei que seria uma boa fazer essa fusão. Porém, o tempo, como carrasco que é das ilusões as quais nos submetemos mostrou que este fora mais um empreendimento mau-sucedido.</div>
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Então, cá estamos retornando para o Creative 1000%.</div>
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Muita coisa mudou na minha vida desde a última vez que escrevi aqui. Entre essas mudanças talvez a mais relevante tenha sido o fato de eu deixar de usar o Facebook (entrar na graduação de Letras PT-JP é detalhe perto disso). Ainda tenho perfil, mas de fato só lembro de acessá-lo por volta de uma vez por mês.</div>
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É maravilhoso. Vocês deviam experimentar isto.</div>
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De qualquer modo, esta mensagem é apenas para pontuar um recomeço. Talvez um começo, se você for um destes visitantes novos. Para saber mais do que venho trabalhando ao longo da última década, basta navegar um pouco por este endereço e você terá alguma noção.</div>
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Pretendo utilizar este espaço para a publicação de resenhas simplificadas de livros e obras de outras mídias, reflexões sobre escrita, algum texto ficcional e, com sorte, alguma opinião ou texto mais solto a respeito da vida, do mundo, da Academia ou afins.</div>
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Sejam bem-vindos, mais uma vez. E vamos em frente.</div>
LKMazakihttp://www.blogger.com/profile/17475952279951109267noreply@blogger.com0