quarta-feira, 4 de agosto de 2010

[Poesia] De si - 2

Todos estão tão preocupados com as últimas notícias, neste instante.
Todos querem dizer o que pensam, a todo momento.
Estão sempre mais do que atentos e falantes
Só não percebem como isso é estar distraído.
Disperso de si próprio.

Realmente tem mais valor olhar para fora, viver frenéticamente isso
Do que dar uma chance para algo que talvez você nem acredite mais
Do que aquilo que ingenuamente deixou de lado, mesmo sendo o mais importante
É melhor viver para o mundo do que para seus sonhos?
Esses sonhos que você ainda guarda enterrados dentro de si.

Não, não tem valor, não tempo porque.
É somente um ritmo que nos leva e nos arrasta
E quando percebemos estamos correndo junto com todos
Falando o que eles falam
Não pensando sobre o que eles não pensam
E ainda reclamamos que a vida passa rápido
Porém não admitimos que jogamos o tempo que temos fora desse modo.

Somente por um minuto tente lembrar o que você realmente quer
O que a sua ignorância fez acreditar que era bobagem
Impossível, inalcançável.
Porque não pensar novamente?
Porque não dar uma chance para fazer algo único e diferente
De si?

Se esforce ao máximo, busque o melhor.
O caminho é mais longo e difícil, é verdade
Até mesmo cheio de dor e tristeza, medo.
Porém todos os dias desses caminho serão mais vividos
Mais reais, mais satisfatórios
Do que todos os milhares de dias que se perde
Correndo com todos
Querendo saber a notícia desse instante.

Dê o melhor de si por algo, mesmo que seja bobo
Mesmo que para alguém seja inútil
Se for útil a você, faça
Esse pode ser o sentido que se dá a vida.

Não me importo também o que você diz das minhas palavras
Elas são o que necessito dizer neste instante
Gostaria sim que alguém as escutasse
Porém o mais importante é que eu escutei
Isso é o que me faz viver.
Quem sabe algum alguém olhe melhor para si graças a isso
E esse sim seria um milagre
Num sentido muito mais real do que as fábulas e crenças

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